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sábado, 26 de abril de 2014

O lado escuro da informação

Amigos, me perdoem o ''testamento'', mas na minha humilde opinião, acho o fato muito relevante no que se diz respeito ao poder da internet na formação da nossa opinião. Ontem, ao debater o caso ''DG'',
com um amigo, me veio a comprovação do enorme impacto de que uma notícia falsa e tendenciosa tem no nosso julgar. O debate basicamente se desenrolava nas opiniões acerca da ação policial que
envolveu tal caso. Eu reprovei a ação da polícia, e o meu amigo tinha, têm, uma opinião contrária. Até ai tudo bem, normal, afinal de contas não era um monólogo mas sim um debate. Mas no decorrer do
debate, o papo transgrediu para a questão do aspecto moral/caráter/idoneidade da vítima em questão.  E para atestar que o mesmo era um meliante e de alguma forma ''atenuar''  os possíveis erros de
protocolo dos policiais, foi colocada no debate a imagem que postarei mais abaixo, que supostamente seria referente a uma matéria que saiu no Globo no dia 02 de fevereiro, relatando um suposto envolvimento do tal ''DG'' em um caso envolvendo entorpecentes. Pois bem, corri atrás da matéria, li, ouvi a respeito, fui em acervos digitais atrás da matéria, pesquisei junto a um fórum de jornalistas do qual participo, enfim.. Nada.. Ao que tudo indica, não existe tal matéria. Ele é falsa! Simplesmente pegaram uma foto de um delinquente qualquer e vincularam a imagem do falecido e usaram de um outro ocorrido para alegar que o mesmo havia sido preso portando drogas e assim, por fim, produziram a tal matéria. 2 pontos, difamação e calúnia. Não me refiro a ação do amigo em postar a foto , mas sim a criação e a atitude anti ética de quem criou a falsa matéria. E vale ressaltar que mencionava a apresentadora Regina Casé.O rapaz em questão nem sequer era dançarino/empregado da apresentadora como apontava a falsa matéria. Ou seja, além de agir de forma poderosa na formação do julgar referente a vítima, fez se o mesmo referente a apresentadora pois a matéria apontava para uma suposta ''conivência'' da apresentadora com o delito cometido pelo seu empregado. Segue abaixo a foto da falsa matéria: (Além dos fatos distorcidos, é só ter um mínimo de atenção que irão perceber que o rapaz em questão não possui NENHUM traço físico similar a ao da vítima.)


É triste que usem de informação para fazer isso. E além do mais, tal matéria, agiu com a maldosa intenção de tirar o foco de ''eventuais'' erros de procedimento por parte dos policiais envolvidos. E isso é muito grave. É preciso clareza dos fatos para que se chegue a um desfecho justo em relação ao caso. Bom, em resumo. Porque perdi meu tempo escrevendo esse ''testamento''? Não tenho a intenção de defender a vítima em questão. Não o conheço. não sei de sua índole, caráter, estrutura familiar e nem nada relacionado ao mesmo. Se és um meliante ou não, não me diz respeito. O que me preocupa é a forma como as coisas são dispostas na internet. É o impacto de uma informação não verídica na formação da opinião pública. Nós, jovens, temos uma parcela de dever importante perante a sociedade. E uma má concepção da verdade pode trazer danos irreparáveis tanto a vítima como a quem profere tais inverdades. É claro que não me isento de tais fatos. Já fui vítima dessas informações danosas. E na ânsia de se fazer ouvido em um debate ou coisa do gênero, nos munimos de tais informações e cometemos equívocos graves ao atestar certas inverdades. Cuidado com o que se lê, se ouve e até mesmo se vê. As mídias, sejam elas escritas, redes sociais, rádio, tem um poder de formação do caráter do indivíduo inexorável. Hoje é factual uma criança prestar mais atenção no que é divulgado na internet do que nos conselhos paternos e maternos. É claro que, ao menos que estejas presente, ninguém é detentor da verdade absoluta em um determinado caso que esteja em questão. Mas vale a cautela antes de expor a sua opinião. O excesso de informação pode ser muito danoso se não for devidamente apurado.

Pedro Cyro

2 comentários:

  1. Boa Pedro! Sem entrar no detalhe do fato propriamente dito, já que prefiro aguardar a conclusão das investigações, penso da mesma forma. Hoje não mais me alimento com a informação já previamente formatada. É como uma certa feita ouvir de um dos meus autores favoritos: "a melhor maneira de se desinformar alguém é dar a ele uma quantidade enorme de informações distorcidas e tendenciosas"

    João Cyro

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  2. Exatamente. A ânsia das pessoas em se fazerem ouvidas e a falta de análise das informações trazem a nossa realidade inverdades como essa. Fabricam a verdade para se sentirem os donos da verdade!

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