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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Ninguém ouviu o Gentileza...

Já dizia o profeta Gentileza: ''Gentileza, gera gentileza...''

Nos dias atuais, em meio essa onda de ''vingança autônoma'', as chances do poeta ser hostilizado ou até mesmo agredido seria enorme caso em meio a multidão viesse a proferir o seu famoso bordão. Parece cada vez mais herege, o ato de perdoar e reeducar em nossa sociedade.  A sociedade cada vez mais traz para si a responsabilidade de ser o julgador e consequentemente o executor. Nos intitulamos os defensores do estado e hasteamos a bandeira do ''olho por olho e dente por dente''. O sentimento de impotência e insegurança se tornou hoje uma justificativa para que as reações, quase que em sua totalidade violentas, a certos delitos, sejam na mesma proporção ou até maiores do que o mesmo. Pois bem, quem nunca ouviu aquela história? ''Antigamente não tinha isso de direitos humanos, a polícia entrava no morro e quebrava tudo mesmo...'' Ou aquelas expressões: ''Se eu pego eu mato...'', ''Bandido bom é bandido morto...'' Quem nunca? Parece que para a maioria, levantar essa bandeira é hoje o sinônimo de ser um cidadão correto. Eu não sou defensor de meliante, sou defensor daquilo que eu acho certo, das minhas convicções. Dizer que nunca fui adepto da filosofia de que tudo que vai, volta, eu estaria de mãos dadas com a hipocrisia. Mas hoje, penso diferente. Não terá sido essas ações violentas no passado que desencadearam todas essas ações violentas atuais? Se a violência como resposta fosse a solução, porque então estamos cada vez mais decaindo como sociedade? Eu hoje formei a minha opinião baseado em um simples cálculo: Se a cada dez meliantes tratados, um fosse reintegrado a sociedade pronto para viver em convívio com os demais, não estaríamos no lucro? Não existe a maldade, existe a ausência da bondade. Assim como não existe o inferno, existe a descrença em um mundo melhor. Se temos hoje, em vários países na Ásia e na Europa, exemplos bem sucedidos de infratores tratados e reintegrados a sociedade, porque não tentarmos já que a nossa política de repressão ao crime se mostra cada vez mais ineficaz? Hoje vemos pais de famílias portando armas para defender a sua prole. Aonde está o avanço nisso? A energia dispensada para fazer justiça com as próprias mãos deveria ser empregada em cobranças ao governo para que o mesmo nos provesse mais segurança. Mas por enquanto, cuidado ao repreender o seu filho na rua, as chances de você ser indiciado pelo ''tribunal popular'' e acabar amarrado a um poste são grandes.

Será que as gerações futuras olharão para o amigo Gentileza, assim como olharam para Jesus Cristo, como um herege? Um profeta cuja as palavras serão proibidas de ser proferidas sob pena de morte? Morte ao Profeta Gentileza e aos seus seguidores!

2 comentários:

  1. A famosa e tão antiga Lei de Tailão, na rigorosa reciprocidade do crime e da pena. A base para toda correção dos erros mais graves que vemos e também aos mais simples sempre será a educação, que transforma selvagens em civilizados e ignorantes em sábio de mais para ver líderes no comando em total decadência e ficar quieto... Sai muito mais lucrativo aos líderes passar cal em sepulcro do que de fato mover a sociedade até a educação, ao conhecimento.

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  2. Mais lucrativo e menos laborioso. Fato!

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